“Estamos esquecidos aqui”. O desabafo
de Domingos Campos Costa Ferreira, morador há 12 anos da Rua 7, do Loteamento
Jaguarema, em Paço do Lumiar, traduz a indignação de quem vive no do município
da área metropolitana de São Luís. Domingos convive, há mais de uma década, com
a precária infra-estrutura do município, que tem se deteriorado na atual
administração da prefeita Bia Venâncio. Há poucos metros da porta da casa de
Domingos, a água suja e fétida do esgoto estourado é o retrato da situação de
abandono da área. Com a forte chuva de ontem (16), o grande volume de água por
pouco não invadiu sua residência. “Esse esgoto estourado está assim há muito
tempo”, desabafou o morador.
Mas este não é a principal reclamação
dos moradores. Lama, buracos, asfalto danificado, muito lixo, tudo isso é visto
em várias ruas da área próxima ao Maiobão, bairro que abriga grande parte da
população do município e onde há grande concentração comercial.
Foto: G. Ferreira
Lama, buracos e lixo causam martírio diário a moradores de Paço do Lumiar
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Leila Cristina Santos Sousa,
proprietária de uma padaria, localizada em frente à casa que mora com o marido
Luís Carlos Lopes Santos e os dois filhos pequenos, sabe que a falta de
infra-estrutura da Rua 13 tem contribuído com a queda da clientela.
“Nós perdemos muitos clientes que não
querem passar com seus carros pela rua, que é cheia de lama e buracos”, contou
Leila. O problema da rua já foi comunicado à Prefeitura Municipal, mas a
comerciante e os vizinhos cansaram-se da falta de providências. A alternativa
foi unir forças e colocar a mão na massa. “A gente quer ver a situação da nossa
rua melhorar. Já chegamos a nos juntar e colocar piçarra para ver se impedimos
que a água suja passe na nossa porta. Agora nós vamos construir uma calçada e
colocar cimento na parte da rua”, afirmou Leila Cristina, sem esperança de que
os órgãos públicos possam colocar um fim no problema que já dura há anos.
Na Avenida 7 do Maiobão, é quase
impossível trafegar com veículos e, até mesmo, a pé. Há menos de 100 metros, dois
bueiros derramam água de esgoto que se mistura a lama espalhada em toda via.
A bicicleta
de Oton Ribeiro Costa é quase impedida de seguir viagem. “Moro na Avenida
Contorno Norte, aqui do lado, mas chegar do outro lado tenho que dar uma volta
ainda maior porque aqui na Avenida 7 é impossível passar de bicicleta”, disse
Oton ao JP.
Sobre a situação da via que está
precária há anos ele disse: “A administração pública de Paço Lumiar foi a pior
de todos os tempos. Nós queremos soluções, melhora, mas a prefeita Bia Venâncio
parece não estar nem aí.”.
Assaltos
constantes - O JP constatou
que várias ruas do Maiobão e bairros vizinhos na mesma situação de abandono. Na
Avenida Contorno Oeste, a lama toma conta de tudo.
O ponto de ônibus, por sua vez, não
conta com abrigo ou sinalização: a solução é esperar os coletivos embaixo de
chuva.
A falta de policiamento na área também
tem deixado a população aflita. Uma comerciante, que preferiu ter a identidade
preservada, contou que já foi assaltada diante de sua loja.
Segundo ela, depois do meio-dia a
avenida fica deserta, e os moradores e comerciantes têm medo de colocar os pés
na rua. “Após o horário do almoço, só reabrimos a partir das 16h, porque é
menos deserto. Antes disso, é muito perigoso para trabalhar”.
A autônoma Socorro Silva, moradora da
Rua 3, na Vila Cafeteira, também cobra melhorias não só de infraestrutura, como
também na segurança. Segundo ela, o policiamento da Ronda da Comunidade não
realiza patrulhamento no bairro, restringindo-se apenas ao Maiobão.
Algumas vezes ligou para o telefone do
policiamento da área, mas não teve êxito. “Liguei algumas vezes, pedindo que
viessem aqui, pois ficamos sabendo que uma casa tinha sido invadida, mas eles
não apareceram”, disse a moradora.
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