A presidente da República eleita, Dilma Rousseff, vai passar o dia na residência da Granja do Torto, onde irá morar até tomar posse, no dia 1º. Ao longo da tarde desta quinta-feira (9/12), ela deverá receber membros do governo de transição e possíveis futuros ministros. As informações são de uma fonte do gabinete de transição, que também indicou que “é possível” que Dilma defina todos os nomes de primeiro escalão até o dia 17, data de sua diplomação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A mesma fonte confirmou que a presidente eleita irá para Foz do Iguaçu, no Paraná, no próximo dia 16, para participar da reunião da cúpula do Mercosul. Sobre os nomes dados como certos para ministérios de Dilma que ainda não foram confirmados, como o do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que deve permanecer no cargo, a informação é de que as confirmações sairão nas próximas listas.
Na quarta-feira, o gabinete de transição divulgou nota em que anunciou dez novos ministros. Agora, já são 16 os nomes confirmados para o primeiro escalão do governo Dilma. O primeiro compromisso da presidente eleita nesta manhã foi uma reunião com a coordenadora de imprensa do governo de transição, Helena Chagas, que ontem à noite foi anunciada ministra. Ela vai comandar a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Alguns carros pretos, com vidro escuro, entraram na Granja do Torto nesta manhã. Provavelmente, são autoridades que foram ao local se reunir com Dilma. A assessoria da petista, porém, não informou quem está reunido com ela.
Resolvida a cota do PMDB, Dilma Rousseff tenta apaziguar o PT e o PSB
Anunciados os nomes do PMDB que irão compor o governo da presidente Dilma Rousseff, ela passou a ter problemas com os dois outros grandes partidos da base: o PT e o PSB. No PSB, há o fato isolado de o senador Antonio Carlos Valadares (SE) ter recusado o ministério da Micro e Pequena Empresa, o que adiou a inclusão dos nomes do partido no rol dos oficializados ontem. No PT, uma reunião iria varar a noite para tentar acalmar a insatisfação da bancada. É que, embora seja majoritário na Esplanada, o PT tem os seus deputados tristes porque não se sentem partícipes das nomeações, fechadas entre quatro paredes por Lula e Dilma.
“Se eu soubesse que não ser candidato era condição para virar ministro, não teria disputado”, reclamou dia desses o deputado Jilmar Tatto (PT-SP), numa reunião do partido, segundo relato de petistas presentes. Foi justamente para tentar acalmar o partido que Dilma anunciou ontem o nome da deputada Maria do Rosário como ministra da Secretaria de Direitos Humanos. Maria do Rosário tem trânsito na bancada, já foi candidata a prefeita de Porto Alegre e conta com a simpatia de todos.
Mas não é bem esse ministério que a bancada petista deseja. A intenção da bancada em ficar com o Ministério da Saúde foi discutida ontem num almoço entre Dilma, o presidente Lula e os três baluartes da campanha da presidente eleita — José Eduardo Dutra, presidente do PT; José Eduardo Cardozo, secretário-geral do partido; e, ainda Antonio Palocci, esses dois últimos já anunciados, respectivamente, como ministros da Justiça e da Casa Civil.
Os petistas pressionam para a transferência de Alexandre Padilha de Relações Institucionais para a Saúde e, assim, dar à bancada na Câmara a prerrogativa de indicar o ministro que ficaria responsável pela coordenação política do governo. Isso seria discutido ontem à noite entre a bancada e Palocci.
Em meio às pressões do PT, a resistência de Valadares e o ensaio de rebelião no PMDB terminaram diluídos. Pela manhã, um grupo de peemedebistas foi à liderança reclamar dos ministérios destinados ao partido. Chegaram, inclusive, a rascunhar um documento. No meio da tarde, entretanto, o partido estava em festa, comemorando o aniversário do líder Henrique Eduardo Alves (RN), um aquecimento para o jantar da noite com o presidente Lula e Dilma.
No PSB, para não deixar crescer os problemas, o presidente do partido, Eduardo Campos, preferiu deixar para os próximos dias o anúncio de Fernando Bezerra Coelho como ministro da Integração Nacional e, ainda, de Márcio Franca como a indicação da bancada para a Secretaria de Portos. O nome do deputado paulista foi levado ao presidente do PSB, mas sofre resistências do PT de São Paulo, que considera França “meio tucano”. Para completar, Valadares chegou a declarar numa conversa fechada que queriam que ele cuidasse das microempresas enquanto o PT ficava com os grandes negócios.
Minorias
Precavida com os problemas do PT e do PMDB, Dilma chamou ontem a cúpula do PR para ouvir deles que a escolha de Alfredo Nascimento era chancelada pela bancada. O “sim” da cúpula partidária, incluído aí Valdemar Costa Neto, levará Nascimento de volta ao Ministério dos Transportes. Dilma, que começou anunciando os ministros do PT, vai terminar a conclusão de seu ministério com o partido, que, como todos os outros, tem um quê de insatisfação. Como o Ministério será todo anunciado antes do dia 15, há quem diga que a turma insatisfeita terá 15 dias até a posse para curar as feridas.
Correndo por fora
O PTB também quer um espaço na Esplanada, mesmo tendo apoiado o candidato do PSDB à Presidência, José Serra. O partido de Roberto Jefferson quer emplacar o deputado Nelson Marquezelli (SP) no Ministério de Micro e Pequenas Empresas, que ainda não existe. O partido também reivindicava a Secretaria da Pesca, para o deputado Alex Canziani (PR), mas perdeu com a indicação da senadora Ideli Salvatt (PT-SC).
“Se eu soubesse que não ser candidato era condição para virar ministro, não teria disputado”, reclamou dia desses o deputado Jilmar Tatto (PT-SP), numa reunião do partido, segundo relato de petistas presentes. Foi justamente para tentar acalmar o partido que Dilma anunciou ontem o nome da deputada Maria do Rosário como ministra da Secretaria de Direitos Humanos. Maria do Rosário tem trânsito na bancada, já foi candidata a prefeita de Porto Alegre e conta com a simpatia de todos.
Mas não é bem esse ministério que a bancada petista deseja. A intenção da bancada em ficar com o Ministério da Saúde foi discutida ontem num almoço entre Dilma, o presidente Lula e os três baluartes da campanha da presidente eleita — José Eduardo Dutra, presidente do PT; José Eduardo Cardozo, secretário-geral do partido; e, ainda Antonio Palocci, esses dois últimos já anunciados, respectivamente, como ministros da Justiça e da Casa Civil.
Os petistas pressionam para a transferência de Alexandre Padilha de Relações Institucionais para a Saúde e, assim, dar à bancada na Câmara a prerrogativa de indicar o ministro que ficaria responsável pela coordenação política do governo. Isso seria discutido ontem à noite entre a bancada e Palocci.
Em meio às pressões do PT, a resistência de Valadares e o ensaio de rebelião no PMDB terminaram diluídos. Pela manhã, um grupo de peemedebistas foi à liderança reclamar dos ministérios destinados ao partido. Chegaram, inclusive, a rascunhar um documento. No meio da tarde, entretanto, o partido estava em festa, comemorando o aniversário do líder Henrique Eduardo Alves (RN), um aquecimento para o jantar da noite com o presidente Lula e Dilma.
No PSB, para não deixar crescer os problemas, o presidente do partido, Eduardo Campos, preferiu deixar para os próximos dias o anúncio de Fernando Bezerra Coelho como ministro da Integração Nacional e, ainda, de Márcio Franca como a indicação da bancada para a Secretaria de Portos. O nome do deputado paulista foi levado ao presidente do PSB, mas sofre resistências do PT de São Paulo, que considera França “meio tucano”. Para completar, Valadares chegou a declarar numa conversa fechada que queriam que ele cuidasse das microempresas enquanto o PT ficava com os grandes negócios.
Minorias
Precavida com os problemas do PT e do PMDB, Dilma chamou ontem a cúpula do PR para ouvir deles que a escolha de Alfredo Nascimento era chancelada pela bancada. O “sim” da cúpula partidária, incluído aí Valdemar Costa Neto, levará Nascimento de volta ao Ministério dos Transportes. Dilma, que começou anunciando os ministros do PT, vai terminar a conclusão de seu ministério com o partido, que, como todos os outros, tem um quê de insatisfação. Como o Ministério será todo anunciado antes do dia 15, há quem diga que a turma insatisfeita terá 15 dias até a posse para curar as feridas.
Correndo por fora
O PTB também quer um espaço na Esplanada, mesmo tendo apoiado o candidato do PSDB à Presidência, José Serra. O partido de Roberto Jefferson quer emplacar o deputado Nelson Marquezelli (SP) no Ministério de Micro e Pequenas Empresas, que ainda não existe. O partido também reivindicava a Secretaria da Pesca, para o deputado Alex Canziani (PR), mas perdeu com a indicação da senadora Ideli Salvatt (PT-SC).
Governo anuncia corte de R$ 8 bilhões do Orçamento de 2011
O governo envia na próxima segunda-feira ao Congresso Nacional as sugestões de cortes no Orçamento da União, informou nesta quinta-feira (9) o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo.
"São R$ 12 bilhões de cortes de receitas brutas. Arrendondando, porque afeta transferências também, são R$ 8 bilhões de receitas líquidas que vão ser cortadas nas despesas", disse.
Segundo o ministro, os técnicos do governo trabalharão durante o fim de semana para elaborar uma planilha sugerindo ao Congresso onde deverão ser feitos os ajustes. Paulo Bernardo disse que, como a estimativa de receita para o ano que vem foi reduzida, o governo está propondo o pontos de corte no Orçamento porque não seria justo deixar o problema para o Congresso resolver.
"Como nós tiramos R$ 12 bilhões da receita, que significam praticamente R$ 8 bilhões de receita líquida a menos, nós achamos que não seria justo politicamente com o Congresso dizer: 'se virem'. Vamos indicar despesas, sim, a serem cortadas", afirmou Bernarndo.
O ministro admitiu que, como o Orçamento está no Congresso, os parlamentares podem acatar ou não as propostas de cortes feitas pela equipe econômica. Ele disse que, ao fazer os cortes, o governo retira os valores da Lei Orçamentária Anual, que não poderão ser repostos posteriormente.
"Não tem como falar que vai liberar se não constar da lei. Nós vamos reduzir as dotações".
O Orçamento terá que ser cortado porque a estimativa de arrecadação para o próximo ano caiu de R$ 532 bilhões para R$ 520 bilhões, depois que o Ministério da Fazenda e a Receita Federal refizeram as contas.
Senadores não querem ocupar ala com nome de militar que serviu a ditadura
A maior parte dos senadores eleitos – e que tomarão posse em fevereiro – não quer ocupar gabinetes na Ala Filinto Muller, no Senado. O impasse foi discutido em reunião da Mesa Diretora hoje (9/12), mas não foi resolvido.
“Alguns não admitem em hipótese nenhuma ir para lá. Seja por superstição ou por ideologia”, disse o primeiro-secretário da Casa, Heráclito Fortes (DEM-PI). “Os gabinetes lá são grandes, mas, talvez eles não queiram ir para lá por causa da distância”, completou.
O militar Filinto Muller foi chefe da polícia política do governo de Getúlio Vargas e acusado de prisões arbitrárias e torturas. Foi um dos responsáveis pela entrega da judia militante comunista Olga Benário à Alemanha. Ela, que era esposa de Luís Carlos Prestes, foi executada em Bernburg, em 1942.
A falta de senadores para ocupar a Ala Fillinto Muller sobrecarrega outras partes do Senado, onde também estão instalados gabinetes. “Temos uma distorção aqui no Senado. Alguns tem 30 metros quadrados (m2), outros tem 60 (m2). É algo que precisamos resolver”, explicou Heráclito.
O senador disse que continua, também, o impasse quanto ao possível aumento no subsídio pago aos senadores. A Casa não pode reajustar valores pagos a menos de 90 dias do fim da legislatura, segundo Heráclito. “Que querem aumento, querem. O problema é como. É uma decisão que tem de ser tomada pelos presidentes da Câmara e do Senado, nesta legislatura, para ter efeito na próxima”, disse.
Lula: É preciso encontrar uma forma de financiar a saúde
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (9) que é preciso encontrar uma forma de financiar a saúde. Em café da manhã com a bancada do PT no Congresso, ele lamentou a derrubada da Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira (CPMF) e fez um balanço da relação entre o Parlamento e seu governo. Segundo o líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (PE), Lula pediu maior articulação dos partidos da base governista na gestão da presidenta eleita, Dilma Rousseff.
“O presidente disse que tem mágoas do Senado por causa da CPMF e afirmou que é preciso encontrar uma forma de financiar a saúde”, disse o deputado. Ele afirmou que Lula, no entanto, não apontou qual poderia ser a alternativa para aumentar investimentos na área.
O presidente também pediu que, durante a gestão de Dilma, deputados e senadores não deixem a oposição sem resposta. “Lula disse que não era permitido a essa bancada ficar ausente”, afirmou o líder do PT na Câmara.
“O presidente disse que tem mágoas do Senado por causa da CPMF e afirmou que é preciso encontrar uma forma de financiar a saúde”, disse o deputado. Ele afirmou que Lula, no entanto, não apontou qual poderia ser a alternativa para aumentar investimentos na área.
O presidente também pediu que, durante a gestão de Dilma, deputados e senadores não deixem a oposição sem resposta. “Lula disse que não era permitido a essa bancada ficar ausente”, afirmou o líder do PT na Câmara.
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